Silêncio da balbúrdia
A lentidão do tempo obriga a ser paciente. Como se em uma estrada sem fim, as horas se amontoam num calmo devaneio que perpassa as marcas deixadas, formando o que se chama de história.
A excentricidade da vida aproxima cada coisa a lugar algum. Por isso, precisa – se tanto de uma razão de ser.
Por traz do caos que se observa no dia e na noite, existe um vazio. Uma distância, por vezes preenchida pela religião, por vezes pela não crença, e por vezes pelas falsas razões desse período.
Um tempo onde a vida é edificada em lugar balneário àquele onde habitam os afetos, a compreensão, a simplicidade que por fim das contas, nos remete ao que somos.
Somos simples. Mas nos adornamos de tudo que não precisamos. Por resultado, buscamos desesperadamente um significado, uma origem e um destino, uma crença putativa, um paraíso no fim do túnel.
Há inércia escondida por traz da balbúrdia cotidiana. Há um silêncio por traz das guerras, que só se iniciam para que se torne inaudível.
O tempo se arrasta, mas o silêncio continua.