As mulheres brasileiras e Marisa Letícia
Foi-se o tempo que as primeiras-damas do Brasil, de fato, honravam os vestidos de grife que vestiam como Sarah Kubitschek, Nair de Tefé e até mesmo Ruth Cardoso. Honraram-se pelas atitudes audaciosas e corajosas, cada uma em seu tempo, aproveitando os vastos braços e recursos presidenciais para atuarem nas áreas que eram de sua competência ou paixão.
E neste Dia Internacional das Mulheres, me pergunto: Quem é Marisa Letícia Lula da Silva? Para minha surpresa, descubro que até seu nome é falso! Na verdade, estamos falando de Marisa Letícia Rocco Casa.
Trabalhadora que começou cedo embalando bombons e também trabalhou durante muitos anos como inspetora de uma escola. O trabalho foi abandonado tão logo se casou com Lula. E a partir daí, encarregou-se de trazer ao recém fundado PT, as mulheres da região do ABC. Conta a história que foi a costureira da primeira bandeira do PT e também ajudava na estamparia de camisetas.
Não é de estranhar, portanto, que eu não saiba até hoje, a que veio esta primeira-dama! Dizer que ela “seria” atuante nos bastidores de Brasília é muito pouco para convencer este meu coração desalentado de ver esta MULHER brasileira desperdiçando esta oportunidade única de fazer a diferença! Parece-me que adquirir nacionalidade italiana para ela e seus filhos lhe é mais importante...
Recuso-me a acreditar que ela seja o “retrato”, o perfil da mulher brasileira, que se conforma em fazer pose para os jornais e abotoar as camisas abertas do marido nas cerimônias pelo mundo afora. Quando aparece atuando, é sempre nestas mal-fadadas campanhas de brinquedinho no natal, cestinha de um quilo disso e aquilo, madrinha de veleiros, para não falar das cirurgias plásticas a que andou se submetendo.
Assim, neste Dia Internacional das Mulheres, deixo meu abraço a Nair de Tefé, que levou para o palácio sua paixão pela cultura em todas as formas, expondo-se às críticas da época, à Sarah Kubitschek, que foi a primeira a engajar-se nas lutas e demandas sociais de seu tempo e também deixo meu abraço a Ruth Cardoso, que nunca deixou de ser a pesquisadora que é e que também deixou suas contribuições sociais, a despeito do marido que tem.
Estas mulheres que homenageio hoje, não foram santas, nem boazinhas... Foram apenas, mulheres que tinham algo a dizer e fazer, e o fizeram. Esta é a marca, o perfil da mulher brasileira! E as outras... Melhor esquecer.