O DERRADEIRO SONHO

No início da madrugada de 03 de janeiro de 2013

O derradeiro sonho me disse que ia partir e partiu. Fez as malas e partiu. Vivíamos juntos há muitos anos, sem oficialidades nem anel. Partiu, sem dizer os porquês da sua partida. Partiu, deixou-me só, com o real.

Apartada do derradeiro sonho, meu companheiro de tantos anos, agora só me resta o real, e que real, meu Deus! Meu Deus, que real! Seja como for, permanecerei fiel ao meu derradeiro sonho. Eu lhe permanecerei fiel. Pode ser que o derradeiro sonho se arrependa e volte para o nosso lar de há tantos anos. Pode ser. Voltando ou não – ele é livre, sempre o foi – eu sempre lhe fui e continuarei fiel, durante e para além de toda a nossa longa vida em comum. Estarei sempre onde nunca deixei de estar. Ele é livre, para voltar, ou não. Ele é livre, como sempre o foi e como sempre o será.

Meu de sempre sonho derradeiro: Voltando ou não, o importante é que tu estejas em paz. Livre e em paz. Não leva mágoa de mim, que eu sempre te amei e sempre te amo, derradeiro sonho de sempre meu. Amo-te mais do que amo a poesia que sempre me veio de ti.

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