Quase nada mudou
Com a chegada de um novo ano, vejo que não consegui vencer todos os medos, todos os obstáculos que, talvez, eu mesma tenha criado, ou não. Não consegui abrir todas as portas que tentei e ando fechando algumas que poderia mantê-las abertas. Se esquivar e sentir as pessoas se esquivando parece tão estranho, seria tão fácil estar melhor. Difícil saber o que temer se todas as faces estão envernizadas. Um dia você se fecha noutro se abre, pra se proteger acaba ferindo, pra não se ferir você acaba se esquivando do bom. Sentir o que está lá fora e o que não permitimos parece coisa de outro mundo. Encontramos amigos que fazem diferença, pessoas tão próximas que de tão distantes mal conseguimos enxergá-los. O que na verdade acontece é que todos precisam de ‘um colo’ e poucos estão dispostos. Palavras! A virtualidade continua crescendo, os encontros cada dia com menos calor, mas, ainda acredito que reconhecemos as pessoas que se identificam conosco. Nem sempre a casa anda organizada, os rumores continuam rondando, uma competitividade humana em busca de nada só que um sorriso ajuda. Porque tão apreço em bens? É tão bom ser bem, estar bem, viver bem. A única coisa que conseguir prestar atenção é o quanto valores estão sobressaindo às pessoas, pena não serem valores afetivos. Talvez seja precioso o tempo que se perde com alguém, não sabemos o preço que o outro dá a cada segundo. O que me dói continua doendo, não sei como fazer parar de doer. Não sei deixar de sentir se estou viva. Venho descobrindo ao menos o que mais dói e tentando em uma noite e outra resolver esse impasse comigo mesma, o pior é saber que só eu vou conseguir esta façanha. É uma tarefa que terei que conseguir. Vencer a mim mesma, aprender a perdoar, admitir meus enganos... Bom, não consigo deixar de sentir o que sinto por algo que nem sei se realmente tenho culpa. Enquanto não desvendo este mistério, continuo a caminhar, abrindo e fechando portas.