A Ceia dos Abutres
Os des-inícios alterados são portas de recomeços, proeminentes das esferas de poderes maiores, não por escolha mas por hierarquia.
Estamos todos a mercê da maldita hierarquia dos prazeres pessoais, onde os abutres anseiam pelo que restar de carniça do que a pouco tempo outrora foste carne nobre.
Em sua ceia, em volta da mesa farta brindam suas nobres conquistas podres, assinam papéis, mandam e desmandam, os abutres faxinam o lixo para debaixo da mesa e brindam disfarçando a maldade com a prontidão.
A passividade não incomoda o comodismo, tampouco chega perto, pois enquanto os abutres se divertem as custas das piadas prontas entre eles há um que passa as asas por cima amenizando dores, enquanto o restante das fétidas aves afiam os bicos.
Posto a competência a prova as aves negras se alimentam lambendo os bicos sujos, planejando a refeição próxima, em cima da mesa os respingos da atual refeição, competência, paixão, vontade, beliscam de leve tais sobras para nada sobrar a mesa.
Se levantam e partem, planando seus planos de grandeza através das asas sujas, gordos, satisfeitos, de consciência falida limpa com ego, brilhando tradicionalismo barato, cheirando a mofo de coisa velha.
O novo inicio parece o começo do fim, enquanto lavo as louças da ceia dos abutres, observo a fila da refeição, esperando a minha vez de ser transformada em carniça, sendo a guarnição dos pratos principais, para que tenham motivos para me levarem a mesa e apetitosamente comerem meus sonhos.