Ano novo?
"Feliz ano novo!". Feliz ano novo? Recuso-me a aceitar a frase que tenho ouvido por toda a minha vida. A mesma frase que se repete a cada ano que se vai e cada ano que chega. Com tanta semelhança em cada um deles, a trocaria simplesmente por: "Feliz ideais novos", "Feliz amor novo", "Feliz mentalidade nova", "Feliz amadurecimento". Por que de que adianta os anos mudarem, a idade avançar, se algumas atitudes continuam as mesmas? Mesquinhez, frieza, discórdia, brigas. Desamor, dissabor. Dores, mágoas, ressentimentos. As mesmas lembranças nos perseguindo a cada dia que chega. A mesma falsidade, os falsos sorrisos. A falta de cumplicidade, de lealdade, de amor com o próximo. O respeito acima de tudo. Admito que não sou perfeito. Nem quero! Tenho minhas limitações. Mas mesmo sabendo que faço parte desse círculo indesejado, gostaria muito de mudar. De poder enfim desejar um "Feliz Ano Novo". Afinal o começo de um ano é também o começo de uma nova vida. Mas de nada nos adianta ter uma vida nova com atitudes, pensamentos e sentimentos tão antiquados. E tão defasados quanto nossa própria "pouca experiência" frente a tudo isso que vemos há anos e que pouco a pouco nos devora. Sem nos darmos a mínima conta disso.