Nostalgia de final de ano
Agora, por um segundo, fazendo a tradicional faxina de final de ano, me deparei com algumas bonecas e ao abraçá-las não pude conter as lágrimas que teimosas escorriam pela minha face. Lembrei de meu tempo de criança, em que para ter filhos, ninguém pensava em ter alguém do lado para ser vista como a figura paterna. A casinha existia, mesmo sem nem imaginar o quanto isso custava, e um custo muito mais que valorativo, um custo que envolve o desgaste de se construir e obter um sonho. Uma época, em que as roupinhas não tinham a importância de serem de marca ou não, bastava apenas um pedaço de pano, uma tesoura, agulha e linha, para que com pontos errados e até mesmo “emporcalhados”, fizéssemos o vestido mais lindo. Uma época em que a única preocupação era pegar alguns grãos de feijão e arroz, ou até mesmo algo parecido, que pudesse ser servido nas panelinhas como se fosse uma refeição. Um tempo em que a escola era a única coisa que nos roubava o tempo e nos tirava do sucesso de vivermos a nossa “vidinha” com nossas filhas. Um período que definitivamente não volta mais...uma época em que a felicidade não nos custava tanto e era tão verdadeira, em que a inocência de não compreender exatamente o mundo era justamente o que nos fazia viver, sem se importar com metade das coisas que hoje nos fizeram mudar e nos fazem refletir dia a dia. Senti vontade de voltar ao passado e novamente dormir abraçada com minhas bonecas, pois assim me sentia confortada e feliz.