Continuando essa história de fim do mundo. Os Maias não saem da minha cabeça.

Imagino uma família Maia. Mamãe, papai e cinco filhos com nomes começados com S: Samara, Soraia, Sirléia, Selton e Silvério. Todos ao redor da mesa de mogno com oito lugares. Entediados. Sem sky, facebook, rede globo, essas coisinhas manipuladoras do mundo contemporâneo.

Papai maia num estalo decide criar um calendário. Ideia perfeita, assim poderia rir um pouco das gerações posteriores. Usou toda sua criatividade para instituir teorias mirabolantes. Entre soluços, leite de vaca tirado na hora e algumas outras vezes que corria apertado para o toalete maia.

Não posso negar, porém, que houve alguma eficiência. Claro, tinha a mamãe maia que decidiu criar as casas decimais e o valor zero. Inspirada numa briga com o cônjuge. Nessa noite, para ele, não haveria cinquenta tons.

O tempo passou. E o mundo não se acabou! Vamos celebrar o que fica:

Vamos comemorar o preconceito, as mortes de trânsito causadas por motoristas bêbados, a crueldade com os animais, o estigma, a agressão, a estupidez, a falta de bom senso, os pastores assembleianos, a quem tira a vida, corrupção, falta de verba para educação e tantas outras coisas.

De repente, podemos pensar juntos em algumas teorias. Não num mundo que termine. Isso já foi pensado. Vamos imaginar um mundo que mude num ritmo constante. Vamos tentar ser construtores de recomeços.


Ana Liszt
Enviado por Ana Liszt em 21/12/2012
Reeditado em 05/01/2013
Código do texto: T4046403
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