Auto-conhecimento: O caminho para apaixonar-se pela vida
Há um grande problema nas nossas vidas quando nossas ideias não correspondem aos fatos. Há momentos que parece que o trem da vida descarrilou. Quando se começa uma viagem para seu interior, olhar para dentro, quando começamos a nos perguntar: Quem eu sou verdadeiramente? Para que, de fato, todos nós estamos aqui? Pelo que na realidade todos nós estamos lutando? São perguntas que, atualmente, me perturbam demais.
A vida toda somos sempre obrigados a pensar para fora; conceito difícil de ser explicado. Somos de alguma forma moldados pelo nosso sistema de ensino e pela sociedade a pensarmos sempre que, na vida, para se ter sucesso, é preciso ter bons estudos para conseguirmos um bom trabalho e que apenas isso basta e que todo o resto se ajeita. Então, passamos muito tempo por conta dos estudos e depois, quando vamos para o mercado de trabalho, passamos grande parte do dia dedicando à empresa empregadora. Mas nesse meio tempo, o que, de fato, fez para seu auto-conhecimento?
Digo auto-conhecimento é aquele que você olha para dentro, para o seu ser interno. Acreditam mesmo, com toda a sinceridade que têm, que estamos aqui apenas para nascermos, estudarmos, conseguirmos um bom emprego, ter dinheiro para conseguirmos as nossas posses, constituirmos família e depois morrermos? Se assim realmente fosse, a vida jamais faria sentido. Quando se cai neste questionamento é comum vir um grande vazio, se não foi para isso, então para que seria? Então as perguntas que aparecem naturalmente são: Quem eu sou verdadeiramente? Para que, de fato, todos nós estamos aqui? Pelo que na realidade todos nós estamos lutando?
Recentemente, uma ex-colega de trabalho, me enviou um texto de Osho intitulado: Sobre o auto-conhecimento e a libertação das amarras sociais. Neste texto, bem no início, o autor escreve: "Toda a sua vida, tal como ela é, como é aprovada pela sociedade, pelo Estado, pela Igreja, está baseada na auto-ignorância". Mais para o meio é dito no texto: "Conhecer a si mesmo é a coisa mais difícil. Não deveria ser assim. Deveria ser exatamente o oposto - a coisa mais simples. Mas não é, por muitas razões. Tornou-se tão complicado, pois você investiu tanto na auto-ignorância que parece quase impossível retornar, voltar à fonte, encontrar a si mesmo". E fechando com chave de ouro: "O ego é o problema é por isso que você não se pode conhecer. Você cria uma falsa face e depois sente medo: se essa máscara cair, quem será você? Você enlouquecerá. Você investiu demais nela".
Foi incrível como este texto, que recomendo a todos a leitura completa, encaixou-se completamente nos meus questionamentos e como ele consegue explicar com exatidão a razão do vazio que sinto agora. É como se eu estivesse com sede de mim mesmo, de querer me encontrar e fazer coisas na minha vida que me deem sentido de viver, de verdade. Hoje percebo que a nossa luta, na realidade, é para que sejamos melhores que nós mesmos a cada dia, para que enfrentemos nossos fantasmas internos para que nos libertemos de nossas próprias amarras, para que enfrentemos nossos próprios medos e, tão importante quanto as outras coisas, estamos aqui para fazermos relacionamentos com as pessoas, mas não com o corpo delas, mas com a alma de cada uma das pessoas que encontramos.
Com tantos afazeres diários e com tantas preocupações nos atormentando, perdemos nosso próprio foco e nos perdemos em nós mesmos e na nossas vidas e deixamos de fazer aquilo que, de fato, há um sentido de estarmos fazendo e ficamos deprimidos, sem vontade de viver. O despertar para estes questionamentos é dolorido, mas necessário, porque a vida é muito mais do que podemos ter consciência e ela só faz sentido se tivermos consciência disso e soubermos aproveitar dela em sua plenitude.