Reflexão de fim de ano
" Poucos dias para o fim de mais um ano, e você então começa uma reflexão forçada de como foram aqueles 300 e tantos dias anteriores, o que você fez, o que você deixou de fazer. Lembramos das coisas boas que aconteceram, dos amigos novos que fizemos, dos amigos velhos que perdemos, das pessoas que partiram e não vão voltar mais, das decepções, dos desencontros, dos desentendimentos, das ressacas, das promessas que não cumprimos.
Percebemos então no meio dessa nostálgica viajem de como o tempo passa rápido, se ontem parecia fim de carnaval, hoje já estamos nos preparando para o Natal, e bate aquela epifania repentina de querer fazer tudo que ainda não fizemos, de querer começar algo novo, tentar descobrir novos meios, novos lugares, novos rostos, conseguir um emprego melhor, que pague mais e canse menos, modificar corpo e reparar pouco a pouco a alma, deixar para trás o sofrimento, tentar ignorar sentimentos que não servem mais.
E depois de pensar nesses 300 e tantos dias, começamos assim a planejar, desenhar o outro ano, arquitetar detalhes, refazermos sonhos. Condicionamos novos objetivos para animar nossa motivação. Sim acreditamos sempre que o próximo ano será melhor, queremos que seja, que não seja igual, queremos que ele nos surpreenda da melhor forma possível.
Esse é o processo transcendental, nunca acabará. Nós temos essa mania de esperar, até mesmo o mais dos pessimista, espera algo, nem que seja um dia de sol para poder sair, nem que seja acordar vivo. Somos assim reprimidos por nossas expectativas, encancerados por nossa realidade.