APOCALIPSE DE OBJEÇÕES
Livros abertos em cima da mesa… Ventania embalando as páginas em um ritmo frenético, fogo se alastrando, holocausto instalando-se, correria, destroços. Fumaça encobria o céu, semblantes feridos e expressões fatigadas. Uma constante observação do caos e de toda alteração do ciclo ininterrupto da natureza. Quem poderá conter o ciclo da natureza? Olhares abismados e a expectativa de uma concretização que parte de um calendário.
Distraia a mente, abstraia-se das profecias e da semente que brotou a afirmativa dos maias por todo o mundo. Muitos se perguntam: que definiria o fim do mundo? Uma mente em ruínas na busca incessante de novos conhecimentos? Alguns se encontram mergulhados nas respostas dos mistérios que envolvem milênios. O fluxo das existências intensifica-se, igualando-se ao fluxo do corpo humano. Este distrai as células que vão chegando ao fim quando outras se renovam mesmo diante de blecautes e eclipses. Já na renovação dos conhecimentos, a mente administra uma tempestade de ideias em explosões de segundos, mas o que conseguiria conter o ciclo da natureza? Pois o ciclo dos oceanos convive com a calmaria das ondas leves e também com os tsunamis. Uma data seria capaz de estipular o final da pulsação terrestre para os céticos e para os descrentes? Todavia, no labirinto dos cérebros, qualquer estudo que aponte o esoterismo ou o misticismo abrem-se explosões de dúvidas, feito um livro aberto que absorve ensinamentos, estes quando se propagam, procuram eliminar as toxinas das incompreensões, agregando ao seu mundo íntimo raízes de proezas, onde a moldura da atmosfera do seu pensamento possa florescer e alastrar, principalmente, amor independente do caos lá fora.
Não deixe esvair o seu mundo íntimo, muito menos entregar-se aos destroços das suas imperfeições, para nunca fechar o calendário da própria existência sem ter a convicção que as datas apenas vão se renovar e de que novos livros estarão abertos para absorvermos a criação das células de conhecimentos, despertando aprendizados. Mesmo com uma data estipulada para o fim do mundo, a natureza vai simplesmente renovar o seu ciclo em uma nova era dentro da contagem regressiva para novas estações, impregnando a certeza de que novas células irão seguir e outras virão, no despertar da atmosfera, mesmo que estejamos mergulhados em um apocalipse de objeções.