A DOENÇA

Aos meus treze anos lembro-me de um domingo de sol, eu e minha prima um pouco mais velha, devia ter uns 15 anos não sei bem. Cleuza era nome dela, filha de meu tio que era o dono da fazenda córrego grande onde nasci e morávamos. Após o almoço fomos brincar no referido córrego, tomar banho aproveitando as águas claras havia pedras ao fundo parecia às calçadas das cidades há uns tempos atrás, ficamos a tarde toda nos divertindo. Havia um enorme pe de jatobá, o tronco não dava pra nós duas juntas abraçá-lo, comia jatobá com água era uma delicia, mesmo grudando nos dentes. Eu passava dias na casa de meus avos paternos pra fazer o serviço da casa e servir de companhia já que eram de idades avançadas. Segunda-feira bem cedinho meu pai juntamente com um amigo chegou pra fazer o serviço pro vovo,arrumar o paiol, eu ainda estava na cama, papai ficou muito bravo o costume era de levantar cedo e cuidar dos afazeres. Naquela época criança, adolescente não tinha voz só vez, sim vez de trabalhar sem resmungar foi assim que fiz: levantei acendi a fogão a lenha, coloquei água do café, lavei o rosto, fui passar o café, estava sentindo algo estranho mais não sabia que, parecia que papai falava muito distante de mim e aos pouca foi ficando mais longe , mais não dava pra falar a voz não saia foi ficando escuro fui desfalecendo papai segurou-me colocando na cama, por sorte não queimei com café quente. Aquele dia apareceu três marcas no braço e duas na barriga assim foi o inicio de sete meses de sofrimentos, continuou aparecendo era a tal de CATAPORA ate ai tudo bem doença de criança era bom sofrer logo por que ficava vacinado.Catapora secou continuei desanimada, quase não alimentava, amarela comecei a inchar, não havia roupa que coubesse em mim, passei a usar as de mamãe, amarrava um cordão na cintura pra encurtá-lo. Tivemos que procurar um medico na cidade, não lembro como foi a viagem Drº Edio Caetano examinou disse que era problemas reais, não existia exame de laboratório na época somente clinico. Recomendou que eliminasse o sal, tomar bastante liquido e alguns medicamentos, os meses passando eu cada dia mais desanimada e inchada como diziam: como uma pipa eu não queria nada só queria dormir, voltamos ao medico mais duas vezes continuava na mesma, já se passava sete meses. Um dia pedi a Nossa Senhora Aparecida se ficasse curada bordaria uma toalha pra ela, no outro dia recebemos a visita de Sr Juvenal homem simples tomava uns cachacinhas, tava bêbado disse que foi me visita papai me chamou fui ate a portar pedi bença era de costume pedir bença aos mais velhos, ele abençôo quando disse: Sebastião essa menina esta com MALINA, disse então o que devia fazer um remédio caseiro com ervas, açúcar colocar dentro de uma cidra e colocar no borralho de noite pro dia espremer coar e eu tomar 3 vezes ao dia, minha mãe que já estava desanimada pensando que me perdia pra Deus juntamente com um amigo foram em busca de tal ervas, nas casas de amigos e parentes, assim feita a receita comecei a tomar já no dia seguinte comecei a desinchar e logo fiquei curada. Milagres acontecem com certeza, essa e a historia que durou sete meses que marcou minha vida toda. Sou devota de Nossa Senhora, confio minha vida, meu filho e toda minha família a ELA.

Ivê Maria
Enviado por Ivê Maria em 18/12/2012
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