Ora !!! In-contos do dia e da noite

Manhã febril de um hálito gelado e frio que parte de teu sorriso na lembrança da frase: " - Amo você por toda a vida. É o meu caminho, a minha casa, meu abrigo, meu braço protetor, é acima de tudo meu amor".

Sinto-me gélido, queimante no gelo de um calor intenso. Ludibrio-me, deliro pedaço de olhos que sempre amou-me e deitado na cama espaçosa, sinto espaços vazios de longos sempre deste; a febre de viver ilusionamento em pedaços, fragmentos do que foi; do que nós construímos e fizemos reais nosso estar.

Abraçando o longo espaço vazio é que creio, sinto o vazio, o travesseiro ao lado é, agoramente, sempre o mesmo de ontem com a diferença da solidão que o acompanha. É de enorme distante longe a cama em que durmo. Que espaço há de ausência recente; é como a morte que visitou-me e foi-se embora carregando nos braços insensíveis a morte do amor do sempremente conhecido meu. É um vazio solitário de presença, antes amada, vivida, sentida. No agora, apenas, uma lembrança . A cama, testemunha do sempre dois amantes,

chorando no agoramente, pois só está; apenas um dorme sonhando morrer.

Foi-se, o espaço vazio cresce e na mente viva, repleta de vida, chora o que foi e que agora não é...A morte é vida ausente que se faz, separando o amor de mim vivente em uma dolorosa dor do sempre ausente de mim presente. O amor que ainda vivo é uma morte real sem

corpo que abraçar.

gerson chechi
Enviado por gerson chechi em 17/12/2012
Reeditado em 17/12/2012
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