De repente deu vontade de fazer algumas coisinhas incomuns:

Comer aquele suspiro quadrado, de cor rosa, com bolinhas coloridas em cima;
Sair de busão pelo mundo com uma dose cavalar de dramin na veia;
Andar sem chinelo pela rua fazendo de conta que aquelas pedrinhas não incomodam;
Sentir essa chuva, que cai agora, molhando suavemente meu corpo todo;
Fechar os olhos e fazer de conta que a vida é exatamente como planejei;
Admitir que raios e trovões me assustam ainda;
Poder falar com naturalidade tudo que quero sem que haja más interpretações;
Queria voltar a desenhar montanhas, o mar, as nuvens de fundo e o sol sorrindo;
Rir quando tropeço no meu próprio pé sem levar isso tão a sério;
Ver o vídeo da galinha pintadinha cantando a música da barata umas dez vezes;
Chupar laranja sem me preocupar com as tiras amarelas que ficam para trás;
Só hoje, mas veja bem, só hoje...arriscaria ouvir uma ou duas músicas sertanejas (desde que não seja do Zezé di Camargo e Luciano);
Pintaria as unhas de azul céu;
Dormiria abraçada com esse urso marrom ao qual nego até a morte tê-lo na cama.


Não me reconheço. Acho que caberia terminar com uma frase da Adriana Calcanhoto:

" Eu não moro mais em mim..."
Ana Liszt
Enviado por Ana Liszt em 17/12/2012
Reeditado em 10/01/2013
Código do texto: T4039615
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