Doce ilusão do amor

Como é delicioso quando começamos um relacionamento não é? Todo aquele friozinho na barriga, o novo e inesperado, o desejo e paixão, tudo envolto em um clima de esperança e ansiedade. Mas as coisas mudaram de um tempo pra cá. Antes tudo era por impulso e em um minuto estávamos lá, ligados pelo sentimento, aliança, família e compromisso definitivo. Hoje o que repetimos para nós mesmos o tempo todo é: Tenho que ir devagar. Para não me machucar. Para não me arrepender. Para conhecer de verdade, e etc. Pensamos muito antes de qualquer decisão mais profunda ou qualquer passo comprometedor. A hora certa de transar, de dizer “te amo”, de apresentar para os amigos e para a família, de usar a aliança de compromisso, tem tempo certo pra tudo. Os relacionamentos frustrados nos fazem ficar mais espertos e mais temerosos. E quando tomamos todas as precauções que consideramos necessárias nos sentimos orgulhosos. A possibilidade de dar certo amplia em nossa mente, e pensamos caminhar para “os felizes para sempre”. Quanta ilusão. Decepcionamos-nos de novo. E sabe o que sobra? O que nos vem à mente a cada segundo? Não é o dia que conhecemos a família dele ou quando deixamos de ser ficantes para sermos namorados. Fica o som da risada, o cheiro envolvente, as brincadeiras bobas, os segredos sussurrados e as lágrimas divididas. Aquelas pequenas coisas que nem sequer sabemos valorizar. Que a lembrança nos esmaga e dói de tal forma que não há como descrever.

AlessandraMO
Enviado por AlessandraMO em 15/12/2012
Reeditado em 15/12/2012
Código do texto: T4036453
Classificação de conteúdo: seguro