Às vezes parece que tudo vai desmoronar.
Às vezes parece que tudo vai desmoronar, que todas as chuvas estão concentradas em só um espaço, que todo espaço parece ser tão insuficiente. Como se fosse uma ilha de lamentações.
Às vezes parece que não controlamos nossos nervos, os nossos eixos. Como se as nuvens nos absorvessem tudo aquilo que elas dispensaram e despertaram no espaço.
Às vezes caminho pelo mar, para refrescar minhas ideias, estabelecer meus nervos, respirar minha origem. Pois eu sei que o trajeto requer um mar de reflexões.
Às vezes eu me encontro só... O tempo todo eu me encontro só, e isso me basta apenas às vezes: naquelas em que eu me revolto. Como o mar, que, se retrocede, é para avançar mais um bocado.
E, então, eu me encontro nu, com a pele de outrem cobrindo meus nervos santificados e leves, levíssimos. E, então, eu penso: passou tão rápido a tormenta!
Renato F. Marques