MUITOS SERES
Eu sou um anjo,
Sou um demônio,
Sou a mão que acalenta,
A mão que atormenta,
Sou dono de mim
E refém do meu gênio.
Sou só um segundo,
Sou um milênio...
Sou velho, sou moço,
Sou o homem centrado,
Sou o fundo do poço.
Sou a sabedoria,
Sou a ignorância...
Sou a suave harmonia,
Sou a jactância.
Sou o bem, sou o mal,
Sou homem sensato,
Sou mísero mortal,
Sou um breve relato.
Sou o bom filho,
Sou o indômito,
Da canção, o estribilho,
Sou um maltrapilho,
Sou tudo e nada,
Um mal trocadilho.
Sou apenas querer,
De força fomenta,
Mas nem sempre o fazer,
O que chora e lamenta.
Sou quem quero ser,
Sou o mau vício,
O desperdício,
O trabalho e o lazer.
Sou...sou...sou...sou...