Calculando a vida
Calculando a vida, percebi que as tantas tentativas de vendar-me os olhos foram vãs. Quem tentou sufocar meu próprio eu e dizer que eu não conseguiria, nem pelo retrovisor, avisto mais.
Estou plenamente consciente de que ainda estou longe, muito longe de chegar. Mas é inegável: meus horizontes se expandiram. Vejo tanta coisa diferente.
Sou igual passarinho, quando cai do ninho, pra aprender a voar.
Sou como mariposa, que se move no casulo, inquieta, até tudo mudar.
Eu sou uma mistura de ritmo e som; de música e brilho; mas também conheço o sabor das lágrimas, e quanto vale saber cair e levantar.
Na verdade, creio que uma vida tão curta de nada vale, se intensa não for.
Momentos, ainda que rememoráveis, não voltam.
Valorizar cada segundo é preciso.
Tenho certeza de que se a história me mostrasse hoje um ponto final, eu teria coragem de lhe responder com reticências. Afinal, a pontuação da vida quem decide é cada um de nós.