Um sentimento chamado saudade!

Sim, ele dói, machuca, incomoda... Temos que aprender com o tempo que nada é para sempre. Tudo tem seu fim, o momento certo de acabar, estejamos pronto para isso ou não. Acredito que sofremos porque não sabemos respeitar o tempo que cada coisa leva para se organizar, se reinventar, afinal, tudo se transforma, sentimentos também devem ser assim, devem se transformar, se transmutar. Assim deve ser a saudade.

O mais importante é reconhecer o sentimento que acontece e permitir ele passar, respeitar o tempo que ele precisa para deixar o aprendizado em nós e levar a desordem do caos que a tristeza nos causa. A saudade, com o tempo, encontra um lugar no coração, em algum canto, exatamente do seu tamanho, para se acomodar... Depois disso, ela para de doer, de incomodar. Mas isso tem que ter a permissão para acontecer. Essa força vem de nós, com uma boa dose de coragem e duas de paciência. É preciso muita coragem para se conhecer, se entender e se respeitar...

Tem saudades que não passam, não param de doer... E elas devem ser assim, porque elas fazem parte de nós, de nossa história, de nossa pele, que nos define, nos constituem. Com essas saudades temos que aprender a conviver, de algum jeito, de alguma maneira...

A saudade vai e volta, passa e dói... Entretanto, esse vai e vem nunca é igual, sempre é diferente: uma dor nova, um jeito novo de doer, uma parcela de intensidade que ainda não creditamos, que ainda não sentimos... Mas, quando se acalma, mostra que ainda somos capazes de viver, de sentir e, principalmente, de com ela aprender... Essa é a principal diferença entre a saudade que faz bem e o que é patologia: a capacidade de nos reinventarmos na presença da dor.

Kelli Rodrigues
Enviado por Kelli Rodrigues em 09/12/2012
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