TEMPOS IDOS
Não me censure, se trago no peito saudades!
Não me critique, se dificuldade tenho em me adaptar ao tempo presente...
Ouvirei que me falta resignação ante os tempos idos, que não voltam mais...
Que minha fé se enfraqueceu diante de um hoje incerto e de poucas esperanças.
É que tudo se modificou de forma tão brusca!
Onde os amigos da juventude, das noites de luar, das risadas quase que inocentes?
E as manhãs ensolaradas, ou mesmo de chuva, rumo ao trabalho, sem rotina a me matar?
Onde o vigor do corpo, a saúde quase que perfeita e os planos de um futuro explendoroso?
Por isso também me chamo saudade, e cada vez que recordo sinto uma lança transpassar minha alma. Não vejo, ninguém vê, mas nessas horas de angustiante lembrar, sinto o coração como a sangrar...
Hoje, a cada noite, os sons que vêem das ruas se misturam ao silêncio que mal posso suportar... E no meu silêncio me perco, tempos idos, tentando reencontrar.
(Samuel de Almeida)
mar-2007