Existência própria

Com licença, sociedade. Preciso vomitar o que me dói, preciso falar a verdade; A minha verdade. Não há nada mais que me faça sentir tão perto da liberdade, tão plena de mim, do que escrever. Ah... Como eu amo escrever! Como me cabe o lirismo melancólico dessa vida que passa e ninguém vê, ninguém nota. Como é efêmero o dia, e fútil a noite. Como a vida é sutil, silenciosa, e precisa de o mínimo de atenção para se expressar, para existir.

Desculpem a minha sensibilidade. Me incomoda como uma enorme pedra no sapato, essa mania de perceber todos, de sentir tudo e viver tão alheia à "realidade". Queria poder fechar os olhos e calar meu pensamento... Queria ser como a maioria, dormente à vida. Seria mais fácil, tenho certeza; Mas nem por isso seria verdade.

Gosto de sentir a chuva molhando minha pele, como a vida batendo em mim, tocando a alma. Sou plena, assim. Mesmo que às vezes, esteja totalmente despedaçada, ainda consigo encontrar uma essencia única, que exala um cheiro conhecido, constante, que me assegura a existência.