Uma vida é...

Uma vida é algo temporal, algo quase mágico, sutil, difícil de definir claramente, mas é algo maravilhoso de ser experimentado frente a uma eternidade do porvir, frente a eternidade do nada que se fez todo, e frente a eternidade do tempo presente que nos desafia sempre sendo, nunca nos permitindo viver aquém ou alem do eterno momento presente. A natureza é, o universo é, tudo é. Tudo existe, o que realmente existe, sendo reflexo e materialização da realidade natural, enquanto essência do todo que é, e do nada que deixou de ser, concretização do imanente estado de existir, que compõe a existência primária e única, e é assim por ela também composto.

A realidade é o conjunto universo, do universo de tudo que é, sendo domínio e contradomínio, sendo relação e absoluto, sendo imagem e real, concreto enquanto essência e percepção enquanto fenômeno, sendo matéria e energia, sendo campo e vácuo, sendo conceito e realidade, sendo coisa, sendo fato, sendo representação e percepção, mas sendo sempre possível apenas por ser real e eternamente em transformação. Antes de ser apenas um construto mental, subjetivo por isto, a realidade é, a realidade vibra, pulsa e realiza, e dentro de sua eternidade real, ela é transformadora por si só. Eterna mutante do real material, da físico-química surge a biologia, e desta chegam os seres sencientes, também reais em sua construção corporal, possuindo um também real cérebro, permite a estes seres sonhar, permite pensar, permite alguma consciência e a consciência de que são conscientes, nos faz mais que matéria, nos faz vivos, e nos permite a vida temporal, que seja. Sendo sonhadores, pensadores criativos, somos também concretos em nossa existência, mas subjetivos em nossa percepção superficial e horizontal das coisas reais, externas. Desta senciencia simples, brota um complexo ser mental e subjetivo, que eterno enquanto matéria que o compõe, é temporário e passageiro enquanto aos seres que permite ser, que cria e que busca dominar e conhecer, e que com certa dificuldade percebe como constituintes de si mesmo.

Desta forma somos eternos enquanto matéria básica e elementar, mas diferentemente desta, somos temporários, e de passagem como turistas experimentamos o viver como sencientes, subjetivos, pensadores e as vezes racionais e analíticos.

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 05/12/2012
Código do texto: T4020147
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