Eu não penso no amor
Eu não penso que amor seja paixão.
Simples arrepios sentidos
Amantes, sorrateiros fugidos
Que só aquecem a recíproca solidão.
Eu não penso que há amor sem ser amado.
Aquele sorriso bonito
que só de um vem escondido
Por trás de grinaldas em pranto amargurado.
Eu não penso que há amor na dependência.
Se eu amo, que haja motivos pra ser querido
Não somente aquele velho machucado exaurido
Da auto-estima vencida, chamada carência.
Eu não penso no amor...
Pra que pensar se ele vem sorrateiro?
Feito menino, levado e travesso
Somente pra soprar em nosso coração o calor...
Cabe cada um manter sua chama acesa.