Desabafo

Há muito tempo que não escrevo o que penso. E já pensei em muita coisa para escrever. Mas não escrevi. Agora, estou escrevendo o que vem a cabeça, sem hesitar nem pensar demais; Despejando tudo nessa tela branca à minha frente, enquanto escuto o barulho da televisão e observo pelo canto do olho minha cachorra andar pela sala.

Tive uma vontade imensa de escrever há uns 10 minutos atrás. Estava deitado no sofá e li a carta que o jornalista Mauro Beting leu em homenagem ao seu pai que acabara de falecer, Joelmir Beting, hoje pela manhã, na rádio Bandeirantes. Linda carta. De emocionar qualquer um. Com uma simplicidade e sinceridade enorme. Recomendo a quem estiver lendo esse texto, ler a carta de Mauro.

Foi impossível para mim não lembrar da carta que fiz ao meu pai, quando ele nos deixou. Pena não recordar muita coisa do texto, nem conseguir encontrá-lo. Lembro que fiz essa carta pra ele dias depois do seu falecimento. Escrevi praticamente com lágrima nos olhos e mostrei para poucas pessoas. Relatei minha admiração e agradecimento por ele. Talvez o relato mais sincero que já fiz.

As vezes me perco pensando em como as coisas mudam e fogem do nosso controle. E de como somos tão frágeis nesse imenso mundo. O que fica guardado para sempre são as lembranças, os sentimentos e a saudade. Saudade grande e de muita coisa.

Durante um período turbulento, a gente sempre fica pensando demais. Em como tudo poderia ser diferente. Porém, esquecemos de encarar a vida como ela é e de seguir em frente aconteça o que for. É o que estou tentando fazer. Não sei se vai adiantar alguma coisa ou o que vai acontecer daqui pra frente. Sei que ficar parado não é a melhor opção. Que tudo tem seu tempo, isso eu já aprendi. Que nem tudo é como a gente quer, já aceitei. E que para ser metade do que quero ser, é só ser honesto. Honesto comigo mesmo.

Não sei nem porque meus pensamentos tomaram esse rumo. Isso é apenas um desabafo.