m'Eu!

É inacreditável como, hoje, eu sinto falta de momentos que eu jamais pensei sentir, que jamais havia tido importância. Penso saudosamente nas pessoas que já se foram, não apenas para o sono eterno, se foram porque o coração deixou.

Tenho viva a lembrança de infância, de pessoas que nem lembro o nome, mas lembro seus rostos. Lembro de fases, frases, palavras, momentos, lembro-me de olhares, sorrisos, ainda sinto os abraços. Tão longe, no tempo, tão perto, na memória. Trago-os todos os dias, sinto-os todos os minutos. Vivo com isso, e não é viver de passado, é viver de coisas boas, coisas que fazem bem.

Hoje, tenho pessoas, momentos, tenho intensos, tenho efêmeros e em uma parte, só tenho isso. São poucos os que aferram, marcam de verdade, são poucos os que serão eternos, só por serem indispensáveis. Não é que as pessoas sejam descartáveis, as pessoas se tornam dispensáveis, pelas suas atitudes, pela sua falta de presença, e quando falo de presença não me restrinjo ao fator distancia, falo da questão principal, da cumplicidade, do companheirismo, de se fazer importante para o outro. Tem pessoas, que estão conosco todos os dias, que vivem com a gente e no entanto, são tão passageiras quanto um sopro de vento.

Sou fiel às minhas lembranças, sou fiel as pessoas que fazem das minhas lembranças, momentos presentes. Isso, para mim, é a parte doce do fel que é a vida. (Flávia Santana)

FauS
Enviado por FauS em 28/11/2012
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