Reflexões sobre à morte

A morte, com certeza, é uma das coisas que mais afligem o homem ocidental. A questão nos causa tanto medo, que passamos a maior parte da vida (as vezes, a vida toda) fingindo que ela não existe; evitamos até tocar no assunto, deixando as reflexões sobre o tema para filósofos e religiosos. Um belo dia, porém – e quase sempre é quando menos se espera, somos obrigados a encará-la de frente (o livro que eu estou criando, retrata muito isso). Em geral, isso acontece pela primeira vez quando ainda somos crianças: aos poucos, vemos partir nossos avós, seus irmãos e amigos; depois é a vez de nossos próprios tios, pais e vizinhos de mais idade. Isso quando a natureza intervém em uma fatalidade, e decide atropelar a complexidade e a ordem natural das coisas.

Seja como for, quanto mais estreitos os laços que nos unem à pessoa que morreu, maior é a dor da separação e mais difícil se torna assimilar aquela perda! Mesmo quando acreditamos na sobrevivência do espírito e tomamos como verdadeiros inúmeros relatos de pessoas que estiveram em coma e voltaram dizendo-se impressionadas com o mundo espiritual, temos grande dificuldade em aceitar à morte; sobretudo, se for a nossa. A verdade é que ainda somos seres de muitas dúvidas e pouquíssima fé (eu mesmo, não tenho fé alguma nestas questões... sou um completo ateu desgarrado).

Condenado a tomar cicuta, Sócrates, filósofo grego do século 4 A.C., manteve uma serenidade que precisamos desenvolver com uma certa urgência, já que morrer é o destino de todos nós. Segundo ele, a morte, em hipótese alguma pode ser um mal, porque, ou ela é como um sono profundo, sem sonhos (quem já tomou uma anestesia geral, como eu já tomei, na coluna vertebral, sabe bem ao que ele se referia), ou é uma passagem para o outro mundo, onde poderemos (como pregam tantas e tantas religiões) reencontrar as pessoas que nos são caras. Mesmo para o mais radical ateu, convenhamos, sua lógica é irrefutável!!!

Reserva Estratégica Científica
Enviado por Reserva Estratégica Científica em 24/11/2012
Reeditado em 11/05/2018
Código do texto: T4002823
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