Tempo

Tempo, creio em ti como ordem suprema, como peça fundamental para a construção do dia-a-dia.

Só a ti pertencemos, pobres tolos, de ti somos escravos, criados, submissos...

Permanecemos, miseráveis, ao seu dispor, a sua ordem, a sua vontade, a tudo que planejas meticulosamente, e sem erros.

Caminha-te lentamente, entrelaçando destinos e histórias, que aparentemente análogas são, no entanto, desconexas.

Incoerente, porém sábio, dai-nos as peças desse quebra cabeças que se chama vida.

Tempo, senhor rei, reconsidere os fatos, torne-nos parceiros, permita-me compartilhar dos seus desígnios.

Afinado, concede-me a certeza de que há retorno, desforço.

Ardiloso, que és, com vontade própria, em silêncio eu rogo por sua comiseração, torna-te meu pai.

Um vez que incoada sua justiça, meu peito brada de alegria e certa de sua cumplicidade, sinto-me resgatar o brio dessa alma que vos obsecra piedade.(Flávia Santana)

FauS
Enviado por FauS em 23/11/2012
Código do texto: T4001785
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.