DE UM JEITO OU DE OUTRO
DE UM JEITO OU DE OUTRO
Ironi Lírio
A teoria é uma arte aceitável.
É ciência estudada, observada, calculada e concluída.
Lança a sua farpa e entra pela nossa pele.
Mas entre falar, escrever, determinar e prever existe uma fenda até o fazer.
Há o abismo da vida.
Na maioria das vezes a prática modifica a teoria.
Ou simplesmente a teoria ouvida torna-se impraticável, pois os rumos a modificam.
E toda teoria que não é praticada é palavra inútil.
Falo, mas não faço.
Ouço, mas não assimilo.
Ganho, mas não aplico.
Tenho, mas não uso.
Guardo e não transformo.
A teoria foi feita para ser ouvida. Esta é a lei da vida.
Pode comover o coração.
Encher os olhos de lágrimas.
Trazer esperanças e fazer chorar de emoção.
Mas na hora de fazer tropeçamos na palavra mais comum: Não.
- É inviável, não há condição, modifica-se isso, muda-se aquilo.
De um jeito ou de outro, a prática sufoca a teoria.
Pode ser boa de analisar ou encher a alma de alegria.
Mas o que fazer com a prática imperfeita se não acompanhar a teoria?