E tu não vês, e não sabes, e és infeliz por isto.
Tu não viu, tu não vê. Não verá? Nunca?
Não sentiu, não sente. Tardará a sentir...
Não soube, não sabe... E saberá, um dia?
Há pouco, muito pouco... Há muito pouco de empatia.
E tu não viu... Não, não viu, não viu nada!
E não ouviu... não ouviu nada, nada do que eu disse.
Negou tudo. E nega ainda, mas faz exatamente como o previsto.
Continua sem ver! Como pode? Pois a cada dia, eu observo: continua sem ver.
Cada dia, eu procuro saber se continua sem ver e cada dia tu confirma: continua sem saber...
E no fundo, tardará a aceitar, a entender, e complementar. E quando o dia chegar, estará, profundo amigo meu, muito calejado, muito dolorido, para ter forças a avançar. Te conheço, infelizmente. Não é praga, é ligação. Não é praga, é compreensão.
E não é mais feliz, e não sou mais feliz... Infeliz! pobre de nós!
Infelizes, cada um, cada qual, a sós, sós.
Aqui, lá, aí, cá: solidão.
...Solidão? Será mesmo? Mas qual face?
Solidão, com duas faces, ou mais. Senhora solidão...
A minha e a tua? Diferentes, sim. Não! Provavelmente, irmãs, essencialmente opostas, mas iguais... Contradição?
Infelicidade a nossa... Não podemos nem compartilhá-las. Nem entendê-las, ou dividi-las.
Mas, a cada um, apenas a parte que lhe cabe. Ou seja? Justiça.