Se eu me calar...
Se eu me calar, eu morro. Morro de sentimento sufocado no peito, entalado na garganta. Se eu me calar, renego a minha existência e me limito a ser como aqueles que tendo voz nada dizem, nada tocam, apenas existem. Apenas possuem sem nada ser. Se eu me calar, o peito sofre, a mente atrofia, o coração chora, grita pra sobreviver. Se eu me calar, dou voz à dor, espaço à solidão. Se eu me calar, é vão o meu viver por não transmitir o que sinto em mim. Morreria assim. Se eu me calar, a alma insiste, fala, resiste, exprime a voz do coração em lágrimas no olhar. Fala a linguagem do peito sem eu precisar falar, se eu me calar.