Sem você
E hoje eu percebo o quão estranho é não falar com você várias vezes ao dia. O quão estranho é não ouvir sua voz rindo de algo que eu falei ou reclamando de alguma besteira que sem querer -ou querendo- externei. O quão estranho é passar dias, semanas e até meses sem ter uma visão real sua. Porque visões imaginárias eu sempre terei. É inevitável não tê-las quando acordo, me alimento, faço esteira, entro em um carro e me deleito no formato das nuvens e na forma que você adquiriu ao se tornar parte de mim. Você foi para mim um divisor de tempo, um marco histórico. Existe um antes, um durante e quem sabe, terei ainda de lidar com um depois. Sem previsões seguras que me garantam alguma estabilidade deixo-me confiar um pouco na lei responsável pela organização do universo, se ela me trouxe você, deve verdadeiramente existir algum sentido em que ela se baseia. E que assim seja.