O ridículo da vida.
O ridículo dessa vida é que se você não acredita em algo divino, tu és alvo de condenação. Mas você não acredita, porque não sabe. E aí onde se concentra o ridículo, construíram apenas duas categorias, os que crêem e herdarão vidas fáceis, e os que não crêem e herdarão vidas difíceis até se conformarem que o certo é crer. Eu não creio, não é pra ser do contra, não é porque sou do mal, não é porque quero o mal do mundo e das pessoas que o compõe, não creio porque não tenho certeza de nada, assim como no dia que tiver, sem orgulho algum passarei a acreditar sem arrependimentos, carrego uma convicção até o dia que outra me mostre o contrário. Não sou ateu, herege, ou qualquer outra definição, sou apenas uma pessoa que não sei a verdade – como nenhuma outra sabe- embora essas outras não tenham coragem para assumir. Faço coisas que trazem boas conseqüências, e não acredito ser condenado – se existir um ser superior- porque não sei a verdade. Eu não tenho medo de saber, tenho medo na verdade de pensar que sei, e na nossa infinita alienação comprar/maltratar/mentir e usar nomes de deuses e da boa fé dos indivíduos para interesses pessoais.