10+8 Primaveras

Ontem à noite, logo quando fui me deitar percebi que o modo de eu enxergar a vida não era mais o mesmo. Vinha-me uma sensação estranha, um não sei o quê, que tomava conta da minha respiração e das minhas dúvidas. Confesso! Foi um estado de luz incontrolável. Talvez, de certo, seja o anúncio de que algo está devidamente se encaixando ao eixo. Talvez, o significado da vida seja esse mesmo. O não saber! Mas compreender que tudo que rege em nossa volta não é por acaso. Há muito já não me enxergava como antes. Meus desejos já não eram os mesmos. Eram mais! Há muito deixei de tentar entender a vida. Porque a vida não há o que entender. É apenas um estado de um corpo a respirar e, enquanto respira faz com que tudo em sua volta valha a pena. Não quero viver no limite, quero ir além. Se posso acreditar que é possível, então possível será. O diferente sempre me instigou à vida, talvez, porque, a concorrência é menor. Oras! Cá estou jogando conversa fora e, você leitor, confuso em tentar me compreender, calma! Me entender não é difícil, mas demorado. Não sou do tipo que sofre mutações, nem mesmo um objeto de decoração (parado). Sou o vento que não se vê. Isto mesmo! Às vezes, pareço tão transparente quanto as águas cristalina dos rios de Guanabara, mas outras, sou rutilante a ponto de não conseguir me enxergar com o coração. Sou como os pássaros, cujo desejo é voar sem limites. O meu desejo é exatamente assim. Não me queira por uma hora, nem por momento... Sou dessas que chega sem avisar e vai embora sem menos perceber. O mistério tem sido meu fiel amigo. Não! Eu não sou louca! Sou exatamente assim... Só que um pouco diferente. Não sei sentir. Sei me doar. Doar? Sim! Doar minha vida à oportunidade de viver! Os sentimentos andam meneados dentro de mim. Não sei para que os tenho... Só sei que não sei e isto basta. E de não saber, escrevo nessas entrelinhas palavras sem sentindo como inimigo da coesão. Um sujeito falido sem sua prece, sem seu predicado e sem seu travessão. Mas mesmo sendo um sujeito oculto há quem diga que o sujeito dessa frase há de ser simples assim como esta oração!

Amanda Rosendo
Enviado por Amanda Rosendo em 17/11/2012
Código do texto: T3991124
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.