(Pequeno e confuso) Manual de instruções
Que culpa tenho eu de ser assim, complicado? Venho da complicação, do amor não amor, da negação, das entrelinhas.
Não sei ler entrelinhas, e as vejo onde não existem. Aponto defeitos na perfeição e a faço defeituosa para mim, voltando sempre à cadeira de escrever as mágoas que construí para eu mesmo.
Fatalidades, as que poderiam ser evitadas por uma dose de prudência, geram lembranças impossíveis de serem apagadas, geram a vontade de dor aguda de reparar Meus Erros. Os mesmos que algum futuro promete consertar. Algum futuro que paciência falta pra ver chegar.
Gritei e gritei através de meu deserto para morrer calado a procura do teu. Nuvens carregadas de promessas trovejaram uma chuva de fatalidades. Outra porta se fechou, já que a madrugada é perigosa, e não tenho garantias de que o Sol vai se levantar nessa direção.
Olho para trás como sempre olharei, olho para baixo como não deveria... o medo de cair impede a escalada, e quando olho para cima percebo que a montanha se ergue ao infinito, e que a dor da estagnação é infinitamente pior que a de duas costelas quebradas. E subo, e como subirei, sempre na esperança de ver nosso fruto maduro o suficiente, de ver o Sol nascer em cada canto dos nossos mundos.
Não me limite com nomes da tua imaginação, apenas veja... quem sabe poderás encontrar um espelho. Aliás, carrego toda a culpa da complicação, visto que sem ela, teu desafio perde a validade.