Carta para Sr. Dáblio.

Não vou desdenhar do que tivemos, escutando músicas que me incentivam a isso, eu não vou desfazer as coisas pequenas que fiz pra você em apenas 2 semanas de termino. Eu não vou dizer que não vou chorar se você não voltar, mas eu vou tentar me conformar. Não vou dizer que não vou esperar por você até o fim do mês, mas eu te prometo que vou te esperar sem esperança nenhuma. Não vou postar no mural coisas pra você ver, mas também não vou demonstrar que não gosto mais de você. Eu não vou mentir pra mim mesma, e não tenho medo de expor a imensa dor que é não te ter por perto, e nem tenho medo de expor a pequena alegria que encontro aqui de longe. Não vou tentar esquecer você por um tempo muito longo, mas não vou lembrar das coisas lindas que tivemos em pouco tempo. Não vou lembrar das coisas que você me disse que me magoou, também não vou lembrar das coisas bonitas que você me falou. Não vou lembrar de você com raiva, também não vou lembrar de você com amor. Eu não vou dizer que não lhe quero mais, também não direi com todas as letras que quero, deixo entrelinhas. Não vou dizer pros outros que você errou, nem vou dizer que acertou. A sua honra está intacta. Não vou deixar um dia se quer de pensar em você, mas não vou pensar o tempo todo em você. Não vou olhar suas coisas, não vou fuçar sua página, não vou sair de casa pra não ver você, mas vou fantasiosamente pensar que tudo o que eu fiz e faço é por nós. Não vou deixar que a dor me tome, nem vou deixar que o que sinto se perca de mim. Não vou gostar de ninguém, não vou sair pra me encontrar com alguém, não vou deixar que me toquem, mas por enquanto não vou deixar que você me toque também. Não quero mais chorar por você, mas também não vou conter se me der vontade. Eu vou lembrar que eu gostei muito de você, mas quero esquecer que talvez você não gostasse de mim. Não vou procurar você, não vou atrás de você, a menos que você me peça e queira que eu esteja de volta. Eu preciso melhorar muito, ainda que você não queira mais isso de mim pra você. Eu não vou mentir pra você, não tenho saúde pra nos manter, mas não vou dizer que não tenho vontade de ter para nos manter. Você sempre vai ser o meu semelhante, o meu suplemento, o suposto homem que o querer seria o inverso do finito, sempre vai ser alguém que vaga no mundo, por quem tenho saudade, por quem eu nunca tive este desejo, talvez seja a minha lembrança mais enfática, talvez seja a coisa que eu mais quis, a coisa que eu mais quero, mas num tempo desencontrado entre nós.

Nakano
Enviado por Nakano em 15/11/2012
Reeditado em 15/11/2012
Código do texto: T3987727
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