Para não ter uma Fé Inoperante
"... Empenhe-se para acrescentar a sua fé a virtude, à virtude o conhecimento; ao conhecimento o domínio próprio; ao domínio próprio a perserverança; a perseverança a piedade; à piedade a fraternidade; e a fraternidade o amor. Porque, se essas qualidades existirem e estiverem crescendo em sua vida, elas impedirão que vocês no pleno conhecimento de nosso SENHOR JESUS, sejam inoperantes e improdutivos". (2 Pe 1.5-8)
A Segunda Epístola de Pedro foi escrita em Roma por volta de 63 d.C. para os cristãos da Ásia Menor. E trata de um assunto importante em nossos dias: O que fazer para que a fé não se torne inoperante e improdutiva?
Muito se tem falado sobre uma fé frutífera nos últimos tempos, e muitas vezes uma fé operante e produtiva é confundido com uma vida financeira próspera, com a aquisição de um carro novo, de uma casa nova, entre outras conquistas matérias.
Mas, quando o apóstolo Pedro escreveu está Carta não estava preocupado com essas coisas, mas estava pensando em ver os cristãos firmados na fé em Cristo Jesus, pois é esta fé é que nos faz sermos nascidos de Deus (I Jo 5.1), nos faz vencer o mundo (I Jo 5.4). Esta é a fé que vêm de Deus (Efésios 2.8), que atua pelo amor (Gálatas 5.6) e faz parte do fruto do Espírito Santo (Gálatas 5.22) (Fidelidade). Sem a qual não podemos agradar a Deus (He. 11.6).
Esta fé operante nos fará sermos produtivos independente de funções especificas dentro da Igreja, pois o cristão que tiver as características de 2 Pe 1.6 servirá o Seu Senhor em todos os lugares e situações, seguindo as orientações do apóstolo é impossível se manter inoperante. O que Deus espera de nós?
Para que a nossa fé se torne produtiva é necessário entendermos que existe uma cooperação entre Cristo e o cristão. Em 2 Pe. 1.5 diz: “... empenhem-se para acrescentar a sua fé...”. E baseados neste versículo podemos chegar à errônea conclusão que depende somente de nós para sermos produtivos na fé. Outros baseados em João 15.5 em que Jesus diz: “... sem mim não podem fazer coisa alguma...”, concluem erroneamente que é obra de Deus e que devem ficar inertes em sua jornada cristã esperando a transformação divina. Mas, o pensamento biblicamente correto é que para sermos produtivos na fé precisamos nos empenhar com a ajuda do Espírito Santo, dessa forma haverá mudança em nossas vidas. Temos que nos lembrar que em 2 Pe. 1.4 diz: “… que nos tornarmos participantes da natureza divina…” o que nos habilita a ter estas e todas as bênçãos espirituais em nossas vidas (Ef. 1.3).
Continuando a ler o versículo 5 de 2 Pedro vemos que Pedro fala que devemos acrescentar 7 atitudes a nossa fé para que ela não se torne improdutiva e inoperante, vejamos a primeira:
1. VIRTUDE / BONDADE: o dicionário define como: a disposição firme e constante para fazer o bem / bondade / misericordioso. A bondade revela o caráter de Deus, sem ela o homem se torna um ser desprezível, malvado e atarefado. Enfim, essa virtude nos levará a fazermos o bem sempre (Gl. 6.10). Pois somos chamados para fazer boas obras (Ef. 2.10) e (Tt. 2.14).
2. CONHECIMENTO: em Oséias 6.3 diz: “Conheçamos o Senhor; esforcemo-nos por conhecê-lo...”. O servo de Cristo tem que conhecer a Palavra da Verdade (2 Tm. 2.15). Muitos cristãos não têm crescido na fé por falta de conhecimento bíblico, os anos se passam sem alterações e avanços na fé cristã, sobre isto o escritor de Hebreus nos fala que são pessoas lentas para aprender (He. 5.11) que bebem leite espiritual no tempo que já deveriam ser mestres (He. 5.12). Devemos conhecer e colocar em prática os ensinamentos de Cristo (Tg. 1.22).
3. DOMINIO PRÓPRIO: é fruto do Espírito Santo (Gl. 5.22). Este domínio próprio se aplica ao espírito (sentimentos e vontades) (Pv. 16.32), à mente (Fl. 4.8) e ao corpo (Rm 6.13) e (I Ts. 4.4) de todo crente, temos que aplicar o domínio próprio em cada uma dessas áreas. E vemos a sua importância em Provérbios 25.28 que diz: “Como a cidade com seus muros derrubados, assim é quem não sabe dominar-se”.
4. PERSEVERANÇA: que é permanecer firme no propósito é fruto da tribulação (Rm. 5.3) gerando em nós um caráter aprovado (Rm. 5.4) e devemos perseverar nas tribulações para que recebamos a coroa da vida (Tg. 1.12).
5. PIEDADE: o dicionário define como: compaixão, despertar para a dor do outro. A piedade nos levará a levar os fardos dos outros (Gl. 6.2) e (Fl. 2.4), assim como a chorar com os que choram (Rm. 12.15 e 16) e orar uns pelos outros (Tg. 5.16). Devemos nos exercitar na prática da piedade (I Tm 4.7 e 8).
6. FRATERNIDADE: seja constante o amor fraternal (He. 13.1) é de vital importância à comunhão dos cristãos (At. 2.42-47), pois ninguém vive o cristianismo sozinho, é necessário contarmos com a ajuda de outras pessoas nesta caminhada (Ec. 4.10-12).
7. AMOR: os discípulos de Cristo têm que ser conhecidos pelo amor uns aos outros (João 13.35). É impactante vermos o que Jesus disse sobre o amor em Mateus 5.43-48 quando diz que se amarmos somente aquele que nos ama não somos seus discípulos, pois até as pessoas mais odiosas (publicanos) fazem isso.
CONCLUSÃO: O cristão que não tem tais características está cego (2 Pe1.9). Mas se desejamos nos tornarmos produtivos em nossa fé cristã temos que colocar em prática estes ensinamentos baseados em 2 Pedro, afinal a vida cristã é uma caminhada rumo ao céu que precisamos desenvolver aqui na Terra e a nossa fé tem que ser operosa (Tg. 2.26), em Hebreus 6.1 diz que devemos avançar rumo à maturidade espiritual, tornando-nos aptos para discernir tanto o bem quanto o mal (He. 5.14). Este deve ser o nosso posicionamento para que rompamos com a imaturidade espiritual e assim passamos a dar muitos frutos nos tornando verdadeiros discípulos de Cristo (Jo. 15.8).