DESSAS TARDES...

Por que me sinto assim

Essa tarde?

Por que me atinge tão veemente

Tal palor,

Dos fulgores de ancestrais primaveras?

Dessas tardes...

Essas lembranças.

Oh, sinto que posso

Sobreviver mais um dia!

D’uma energia

Colossal

Surge-me sorrateira entre os ossos

Soberana em minh’alma,

Em minha mente,

Soturno, insólito, santuário.

Para quem escrevo

Tais incógnitas rotas linhas?

Não são para mim,

Desprovido de crença, amores e esperança,

Não são para os mortos,

Suas lápides, suas velas,

Em lutos de eternizadas lágrimas,

Seus amores petrificados

Em mármores

Frios de gelo.

Seriam para os amantes,

Envoltos uns nos outros

Com seus braços,

Abraçados em suas amarras

Magoas do tempo.

Por que me sinto assim?

Oh, sinto que posso sobreviver

Mais um dia,

Cinge-me entre meus ossos

D’uma energia

Colossal, soberana,

Oh, a mesma que incendeiam as estrelas.

Tomb
Enviado por Tomb em 11/11/2012
Código do texto: T3981005
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