Em geral, penso haver felicidade na ignorância. Pessoas que desconhecem a existência de Platão, Sócrates, Aristóteles, Eraclito...devem ser mais felizes.

Como deve ser bom acreditar que as gotas de água caem sobre a terra porque Deus abriu a torneira lá no céu para fazer a sua faxina semanal ou que de repente troveja porque Thor está arrastando seu martelo enquanto brinca de pega-pega com os deuses do Olimpo. Embora eu ache essa teoria meio gay.

Não tão distante quanto Thor há os Amish. Um grupo de pessoas que se afastaram da sociedade preferindo manter costumes conservadores. Os amish não toleram uso de equipamentos eletrônicos, não tem Iphone, um Sony Vaio e muito menos uma Ferrari. Ignorar as ferramentas tecnológicas contemporâneas não os tornam um grupo de pessoas infelizes, pelo contrário, a felicidade desse clã está na simplicidade. Se o fato de ter tudo que citei acima fosse fundamental para a felicidade humana pessoas como Amy Winehouse não tirariam a própria vida.

Estou ficando confusa e sem respostas. Por enquanto só posso deixar aqui minhas inquietações. Não sei se eu seria mais feliz tirando leite da vaca numa fazenda, correndo com cabelos esvoaçantes pelo meio de uma plantação de trigo ou com os pés descalços em contato com a terra. Admito que essa idéia não me atrai. Ao contrário dos amish eu preciso estar cercada de tomadas e muitos fios conectados entre si.

Tenho tentado parar de dar respostas nos textos que escrevo. Na maioria das vezes essas verdades estão distantes das minhas mãos. Mas, não consigo.

Hoje, só gostaria de sentir um pouco de felicidade e constato que ela não vem do conhecimento humano nem do que possuimos materialmente.

As vezes meu vizinho pode estar mais feliz com sua bicicleta Monark aro 26 com freio Inglês do que o Eike Batista. Tudo depende do recorte que fazemos de cada momento. Bom, acho que já dei uma resposta. Ela pode ser válida para mais alguém ou só para mim.

Ainda acredito que o verdadeiro êxito encontra-se na capacidade que o ser humano tem de esvaziar-se buscando na simplicidade a mais exata forma de contentamento. Em momentos de extrema alegria ninguém lembra do que aprendeu na faculdade, no mestrado ou doutorado. Muito menos de Nietzsche.

Lembrando que simplicidade nesse contexto é direcionado a visão que podemos ter do mundo. Porque ser contente ou descontente depende de um conjunto de fatores sociais e individuais.

Bom, cansei...

Amanhã eu tento novas respostas e se não der certo vou inventando outras.


Ana Liszt
Enviado por Ana Liszt em 10/11/2012
Reeditado em 10/11/2012
Código do texto: T3978214
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