Águas de Novembro
No grande mar da Vida...
Navegando vou vivendo
vou vivendo navegando...
Hoje, vejo meu barco à deriva...
Vez em quando sopra a leve brisa
trazendo esperança
mas, tão leve que meu barco
nem balança...
Meu porto alegre, já não é o mesmo
não mais enxergo onde me amarrar...
só enxergo, o meu barco e seus
buracos a consertar...
Óh, grandioso e infinito mar
Ainda há muito a navegar
Muito em ti já naveguei...
Terra firme, dia ensolarado
quantas vezes já avistei...
quantas vezes pudia ter aportado
Mas meu barco... tão despreparado
ora pelo medo, ora afobado...
O tempo já passou...
Vem passando...
Eu aqui, sozinho... remando...
remando... sozinho...
Será esse o meu caminho?!
É novembro, amargo novembro
Mais uma volta inteirada
E o que dela foi aproveitada?
Quanto já naveguei? Sai do lugar?
Pra onde estou indo? Quando vou chegar?
Num contar de onze dias...
olhando pro interior
da embarcação
só vejo o vazio da escuridão...