Ê Ê Ê MUITA COISA.

Eu tenho sotaque do interior,

Do interior do Rio de Janeiro,

Do coração de Araruama,

Da minha querida Ponte dos Leites,

Onde, na época de criança,

Se chegava também de Trem,

Ou movido pela saudosa Maria Fumaça.

Terra em que as casas eram de Estuque,

Sem banheiros e com fogões à lenha,

Onde se tomava banho no quintal,

E necessidades fisiológicas no matinho.

Se falava Mantiega e fomirga,

Lugar dos queridos, Tio João e Tia Hilza,

Do trio, Duca, Leca e Bado, meus primos,

Da Cinéia e da Fenga, irmãs dos três,

Da Tia Jovita e Tio Chico,

Daclet e Elcio, primos que tocavam violão,

E cavaquinho, respectivamente.

Lagoa que trazia o sustento para este povo,

Com seus peixes saborosos, como a Tainha e a Carapeba,

As tendinhas vendiam Carne Sêca, Linguiça, Ovos,

Mortadela e Cachaça, além de frutas e legumes frescos,

Onde se jogava víspora às tardes e noites enluaradas,

Curtiam-se serestas nas casas, nos bares, durante a madrugada,

Local de tantas coisas boas, que hoje não voltam mais,

Como Esmeralda, Marilene e Jair,

Lá, deixo minhas saudades, meus pensamentos e digo,

Como diria Basileu,

Tchau Brasil, vou para Pirenópolis em Goias.

Ê, Ê, Ê, muita coisa.

Por: Jaymeofilho.

06/11/2012.

Jaymeofilho
Enviado por Jaymeofilho em 06/11/2012
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