REVOLTA
REVOLTA
Crescem as desigualdades
Com o alavancar do progresso
A maioria não tem acesso
As inúmeras novidades
Vai se criando uma massa
De gente que não passa
De mortos vivos
Da pobreza cativos
Não demora
Para que os desvalidos
Sintam-se fora
E ajam como bandidos
Aos poucos os ressentimentos
Vão aflorando
E os lamentos
Violência e vingança vão virando
O mundo está dormindo
Com uma bomba engatilhada
Estamos em uma encruzilhada
O tempo do explodir diminuindo
Muita conversa jogada fora
Muita gente desiludida
Que não liga em acelerar a partida
Está chegando a hora
Fechados em suas fortalezas
Gente surda às dificuldades
Vão ferindo suscetibilidades
Falando de sustentabilidades
O quadro é preocupante
O atual estado de coisas alarmante
O pavio está aceso
E o rastilho queima com o menosprezo
O mundo está insustentável
Grita em desespero
Nada é palatável
Tudo é destempero
Está prestes o dia do ruído
Da revolta dos excluídos
Que não tem nada a perder
Já que não tem vida para viver
Pagarão justos e pecadores
Pagãos e pescadores
Deixarão de ser atores
Morrerão senhores