REVOLTA

REVOLTA

Crescem as desigualdades

Com o alavancar do progresso

A maioria não tem acesso

As inúmeras novidades

Vai se criando uma massa

De gente que não passa

De mortos vivos

Da pobreza cativos

Não demora

Para que os desvalidos

Sintam-se fora

E ajam como bandidos

Aos poucos os ressentimentos

Vão aflorando

E os lamentos

Violência e vingança vão virando

O mundo está dormindo

Com uma bomba engatilhada

Estamos em uma encruzilhada

O tempo do explodir diminuindo

Muita conversa jogada fora

Muita gente desiludida

Que não liga em acelerar a partida

Está chegando a hora

Fechados em suas fortalezas

Gente surda às dificuldades

Vão ferindo suscetibilidades

Falando de sustentabilidades

O quadro é preocupante

O atual estado de coisas alarmante

O pavio está aceso

E o rastilho queima com o menosprezo

O mundo está insustentável

Grita em desespero

Nada é palatável

Tudo é destempero

Está prestes o dia do ruído

Da revolta dos excluídos

Que não tem nada a perder

Já que não tem vida para viver

Pagarão justos e pecadores

Pagãos e pescadores

Deixarão de ser atores

Morrerão senhores

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 03/11/2012
Código do texto: T3967567
Classificação de conteúdo: seguro