Há tempo pra tudo nessa vida

Há tempo pra rir, há tempo pra chorar, há tempo pra viver um grande amor e há tempo pra deixar morrer um grande amor... Na vida é assim, há tempo pra tudo. Há tempo pra sofrer, há tempo pra saborear as felicidades da vida. Por isso devemos nos preparar pra tudo. E devemos deixar de lado as expectativas demais, pois essas só nos causam dor. O que nos proporciona uma grande desilusão é justamente a ilusão grande demais. Temos mania de começar um romance com uma grande expectativa de que a outra pessoa seja a solução dos nossos problemas afetivos, e viajamos num conto de fadas, onde tudo é belo e tudo são mil maravilhas, sem a preocupação de que um dia poderá acabar o encanto. Tudo é lindo, é maravilhoso. Porem, ilusão demais, desilusão imensa também. Simples e irretocável. Imaginamos que a outra pessoa seja uma espécie de resolução de tudo que falta em nós, como fim das nossas frustrações, preenchimento

dos nossos vazios. E quando tudo chega ao fim e percebemos que surge a desilusão, começamos a colocar culpa na outra pessoa pelos nossos fracassos interiores. Projetamos na outra pessoa toda responsabilidade pelo nosso fracasso. Por isso que devemos ter precaução em não criarmos expectativas demais, pois pretensões menores geram decepções menores. A minha proposta é que a expectativa criada caiba dentro do espaço estabelecido da razão. Não da ilusão. Não to dizendo com isso que os romances devam começar de forma morna. O que to tentando alertar é que quanto maior a altura, maior será o tombo. Assim sendo, devemos ouvir a voz da precaução. Agora, eu to falando isso pra você, porque comigo sempre ocorre fora dos padrões da razão. Uma das razões, pelas quais nos desiludimos demais na vida é, justamente, o fato de nos iludirmos demais. Então, no final do romance e da ilusão, tentamos nos enganar e adotamos a supremacia da mentira que é mentir pra nós mesmos. Uma espécie de descrença de que tudo chegou ao fim e que tudo não passou de uma ilusão que só nos causou dor.

Gilberto Angelo
Enviado por Gilberto Angelo em 02/11/2012
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