Pequena felicidade

Era uma sexta feira, assim como hoje. Era um dia comum, eu havia passado o dia inteiro estressada, como sempre. Com tantas coisas, tanta correria do dia-a-dia, nós acabamos nos esquecendo de ver a simplicidade das coisas. Eu havia passado todos os momentos vagos do meu dia pensando no quanto eu era infeliz, no quão difícil é encontrar essa tal de felicidade, pensava se um dia eu descobriria o que é isso que todos falam. Voltando pra casa, parei em um ponto de ônibus e vi dois moradores de rua, munidos de folhas de bananeira e uma faca, fiquei ali, os observando. Um deles disse "Ei moça, moça!", eu olhei para o lado para ver se realmente era comigo e se era comigo. Na minha expressão era totalmente perceptível meu mau humor, minhas olheiras de cansaço e tristeza, qualquer um que nem soubesse meu nome saberia isso. E então eu disse "Oi, pode falar."

E então ele disse "a gente anda por ai, fazendo flores de papel de bananeira, eu era um drogado, mas agora larguei meu vício e estou tentando juntar algumas moedas com isso, se eu disser que larguei a bebida é mentira. Mas olha, toma uma flor, não é muito mas pode alegrar seu dia"

Eu fiquei sem ter o que falar, peguei a flor feita com folha de bananeira e os agradeci. Eu tinha alguns trocados no bolso e entreguei para eles, e eles sutilmente sorriram. E eu retribui.

Entrei no ônibus segurando aquela flor, e fiquei olhando-a, e percebi quanto tempo perdi me preocupando com coisas descartáveis, quanto tempo perdi me esquecendo de reparar na simplicidade da vida, e no quanto ela é importante. Aquele gesto, me fez perceber que a felicidade está nas coisas mais simples, e que não há segredo nenhum para ser feliz.

Nana Calorina
Enviado por Nana Calorina em 02/11/2012
Reeditado em 02/11/2012
Código do texto: T3965322
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