Reprimido

Não sei bem a certo se esse é um amor que encontra-se reprimido. Sei que ás vezes ele aparece entre meus travesseiros e permeia por lá algumas horas, misturando-se com algumas gotas que foram caindo antes do sono profundo chegar.

Sei que ás vezes o coração inflamado, cura-se de uma forma linda, levanta-se tão disposto junto aos pássaros que cantam lá fora que até dá uma vontade de viver dessa maneira todos os dias.

Mas ás vezes, o coração saudável encontra-se tão machucado ainda por algumas lembranças, por algumas palavras que ainda não foram ditas, palavras silenciosas que machucam, que apertam de uma maneira infinitamente dolorosa, não deixando o ar passar mais, não deixando os ouvidos ouvirem uma fina nota que seja.

Ás vezes a dor incontrolável da saudade de um momento que passou há tanto tempo, um amor que foi tirado da consciência por tempo indeterminado mas que ás vezes retorna em dias assim como este.

É um amor reprimido que vai precisar de muitas horas de conversa, teorias e análises, para que assim ele seja entendido.

Não vou ter pressa alguma, porque sei que com o tempo isso vai passar, e não vou mais precisar de tal mecanismo para acalmar meu sofrimento.

Gabriela Carvalho
Enviado por Gabriela Carvalho em 01/11/2012
Reeditado em 04/11/2012
Código do texto: T3964166
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