Sombras da alma

Foi alto demais o preço pago ao barqueiro para me levar até o outro lado do rio...Ele pediu toda minha ingenuidade na forma de moedas que se esvaíram do meu bolso, me levando para visitar o outro lado da minha alma, um lado tão sombrio, quase impossível de enxergar…mas como ele se formou? Como surgiu? Talvez como a gota da tinta preta sendo absorvida pelo papel, tomando para si toda sua pureza, ou como o manto da noite expulsando o brilho do Sol… mas isso eu nunca vou saber. Porque as raízes desta semente se espalharam tal qual os anos se apossam da juventude, devagar, mas nunca recuando, nunca interronpendo sua marcha inevitável. Me resta apenas abraçá-la, aceitá-la como parte de mim torcendo para que no final ainda sobre algo bom.

Alan Sanmarco
Enviado por Alan Sanmarco em 01/11/2012
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