VOTO
VOTO
Saio de casa para votar
Sem nenhuma perspectiva
Os candidatos são de amargar
Com suas propostas primitivas
Promessas e mais promessas
De segurança, saúde e educação
Tudo vãs conversas
Para vencer a eleição
Candidatos pasteurizados
De partidos desbaratados
Oferecem redenção
Vendem ilusão
O voto é obrigatório
Procuro escolher o menos pior
Mas é qual um supositório
Não existe o melhor
Chego a sessão definida
Com cara de obrigação
Aperto a tecla escolhida
Lá vem a cara do ladrão
Sorri para mim agradecido
Pela oportunidade de ser bandido
Daqui há 4 anos estará rico
E eu continuarei sendo nanico
Culpa de quem
Somente minha
Que não quero ser alguém
Acomodando-me na minha vidinha
Fico por enquanto
Escrevendo no Recanto
Mas creio estar chegando o dia
De exercer a real cidadania
Criar um partido apartidário
Que una as diversas correntes
Formado por gente descrente
Que cansou de ser otário
Fazer o individual pelo coletivo
Eliminar o ente corrosivo
Que promete o mundo
E nos dá um cheque sem fundo
Pode parecer utopia
Ou quem sabe anencefalia
Mas não aguento mais
Votar em canibais