VOTO

VOTO

Saio de casa para votar

Sem nenhuma perspectiva

Os candidatos são de amargar

Com suas propostas primitivas

Promessas e mais promessas

De segurança, saúde e educação

Tudo vãs conversas

Para vencer a eleição

Candidatos pasteurizados

De partidos desbaratados

Oferecem redenção

Vendem ilusão

O voto é obrigatório

Procuro escolher o menos pior

Mas é qual um supositório

Não existe o melhor

Chego a sessão definida

Com cara de obrigação

Aperto a tecla escolhida

Lá vem a cara do ladrão

Sorri para mim agradecido

Pela oportunidade de ser bandido

Daqui há 4 anos estará rico

E eu continuarei sendo nanico

Culpa de quem

Somente minha

Que não quero ser alguém

Acomodando-me na minha vidinha

Fico por enquanto

Escrevendo no Recanto

Mas creio estar chegando o dia

De exercer a real cidadania

Criar um partido apartidário

Que una as diversas correntes

Formado por gente descrente

Que cansou de ser otário

Fazer o individual pelo coletivo

Eliminar o ente corrosivo

Que promete o mundo

E nos dá um cheque sem fundo

Pode parecer utopia

Ou quem sabe anencefalia

Mas não aguento mais

Votar em canibais

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 28/10/2012
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