O pensamento
Será que sou o que penso ser?
Ou será que não penso o que deveria ser?
Quem eu deveria pensar que sou?
Ou quem devo ser e pensar que sou?
Saber pensar o quê e quem sou é mais importante do que pensar que sou o que não sou. Quando penso que sou, descubro quem não sou. Quando penso quem não sou, descubro quem sou.
Ser é mais do que pensar, pois só penso porque existo. Logo, existo como o quê, onde, como, e quando? Quem me fez? Por que? Como? Sou obra do acaso? Não. Sou produto do pensamento, pensamento de alguém sábio, superior, sublime. Por isso penso, pois sou resultado de um projeto do pensamento.
Acima do ser, existir e da matéria, sou o que sou. Pensamento, ação, ato, de fato e de verdade. Independente de circunstâncias e de limites físicos, como também o é meu pensamento. Inorgânico, sem limites e real. Se penso em paz, posso tê-la em mim; se penso em guerra, esta me aflige. Qual o furor das ondas do mar, assim são meus pensamentos. Qual o rio que corre calmamente em seu leito, assim são as minhas meditações.
Pensar, pensar, pensar. Não paro de pensar.
Penso, pois provo que não sou coisa ou objeto, mas algo que transcende a matéria, os limites humanos, as condições físicas e circunstâncias.
Pensar é um atributo humano, espiritual e racional. É acima de tudo a razão do ser. Os pensamentos envolvem memória, ideias, fundamentos do ser, da história. Sem pensar não é possível desfrutar do presente, lembrar-se do passado e projetar o futuro. Se somos o que somos, é porque pensamos. A sabedoria é oriunda do uso legítimo e perspicaz do pensamento.