Ela

Da tua benevolência obtenho o acalento de uma esperança fervorosa em meu peito.

Suas palavras, seus atos, sua existência nutre-me e mantêm-me vivo por mais um dia e diversas tristes noites.

Inebriado com seu olhar no meu e sua boca falando não importa o que, tudo que é significante no meu mundo é sua existência perto de mim

Tu tem a malevolência suficiente para me punir e me privar da seiva que me mantem, esta que a fonte é única, é você.

Mas tu tem a bondade de voltar para perto e mostrar-me que não tenho nada que amo, mas minha idiotice sabe enganar-me ao te ver.

Que bela e audaciosa presença a sua, que me faz querer sorrir e chorar, mas por não saber o que é certo acabo apenas aproveitando cada segundo.

Um dia vou para longe, ou para muito perto de ti, um dia você vem comigo, ou não irei para lugar algum.

A dádiva de teu sorriso ao meu lado na cama em uma manha de qualquer dia, seria demais para o pecador que sou e eu entendo, mas gostaria de receber e em débito ficar, que Deus acertasse isso comigo aqui para eu acertar com o diabo depois, não importa quantas lagrimas isso me custaria, não seriam mais do que as que ainda vou deixar rolar.

Paraíso seria que porventura você ainda me amasse, ou que eu já não te amasse mais, que perfeito seria eu importar-me contigo tão pouco quanto comigo mesmo, confortante seria eu ser capaz de te desejar algum mal.

Mas não, eu amo, eu quero que sorrindo possa ver-me padecer, e sem ressentimento algum creia que tudo que recebo é merecido.

Então vou seguindo minha estrada sinistra com um cenário cinza e lápides a cada curva, vou agarrando-me ao vento da esperança que me corta, e tentando chegar ao fim, seja este você, ou seja este apenas o lado inconsciente de mim.