Sofrer para aprender
Para os que amam a vida, sejam pacientes, embora certos momentos seja necessário falar palavras ásperas e com direcionamento certo, sobretudo, os comportamentos de hoje estão tão desorganizados, o desejo de desenvolver-se não é mais o foco principal, e até pode ser, mas quando misturado a um punhado de gente que não sabe para onde ir e nem querem saber, torna-se mais um indigente do desenvolvimento.
A inteligência emocional mostra-nos caminhos para desviar momentos de raiva para lugar algum, pois o momento de desânimo não deve estender-se para o complemento do dia a dia. Não é fácil lidar com situações desoneradas no ponto de vista da atenção do outro em relação a você, sobretudo, o único prejudicado é o desatento. Pobres desatentos, pobres de educação, pobres de conhecimento, pobres de respeito e ricos do quase nada, pois é o único consolo que terão no amanhã, quase nada.
Amo a vida, gosto do que faço, faço de uma forma que gere valor, embora algumas vezes o erro me faça escorregar, sobretudo, quando se tem uma harmonia quase perfeita com o grupo, a correção não aparenta algo ruim e, sim, algo de coragem por estender a informação do desalento acontecido no não acerto.
A brevidade da vida não dá razão para deixarmos as coisas para depois. Se posso agarrar agora, faço isso. Se não posso, assim mesmo o faço para errar de proposito e aprender com esse erro, porém não pense que "errar de proposito" é uma desonestidade da parte do autor que escreve este texto, quando falo que mesmo assim enfrento a realidade, não sei se tenho condições suficiente, mas tenho algum ensejo para vislumbrar o ofertado.
As pessoas são incríveis. Explico esta minha afirmação: são incríveis por surpreender o outro, são fora do normal por desanimar da mesma forma quem está ao lado ajudando quando não se pode, estendendo a mão quando não se tem mais forças, oferecendo uma palavra amiga mesmo carregando um cansaço extremo na mente e no corpo. Tudo tem os dois lados, o bom nos anima para continuar, o ruim nos dá uma rasteira para deixarmos de sermos bobos e não abraçar tudo e todos de olhos fechados.
A decepção é uma circunstância que entranha nosso lado emocional. Sentir uma dor profunda, derreter o odor da infelicidade é algo difícil de digerir, por isso, em dados momentos apenas mastigue, depois jogue, masque o momento, mas não engula, pois se engolir poderá ter uma dor intensa na emoção.
Aprofundar é meu forte. Degenerar a realidade em prol de algo novo é uma das estratégias usados atualmente por esta pessoa que pouco sabe, mas muito quer saber. Degenerar a realidade é deixar para traz muitas coisas que foi bom enquanto durou, desaprender certos conhecimentos, aprender a aprender constantemente, fluir o agora é uma densidade do outrora, mas não vai me elevar a conquistador de terrenos novos sem escancarar a míope realidade do saber atrasado.
A emoção tem sido forte parceira para desencorajar-me nos momentos ideais e encher-me de suavidade quando mais o próximo precisa de mim. Sou um ex-flagelado das necessidades intelectuais. Quem me observa hoje cantando o conhecimento como saída para o crescer intelectual, pessoal e profissional, poderá ficar boquiaberta ao saber que este autor que fala na primeira pessoa e outrora na terceira pessoa já foi contrário ao ato ler, não por achar que era errado, muito pelo contrário, era apenas a falta de habilidade para lidar com as letras.
O forte desse cara sempre foi aprender conteúdos com números, tudo que tivesse ligado a números era digerido mais facilmente pelo intelecto do contador deste relato. A percepção de mudar esta realidade não veio fácil, foi uma desconstrução do eu para reencontrar uma luz que nunca havia enxergado. Era cego para as letras, nem os óculos conseguiram corrigir minha visão, por muito tempo.
Flagelado, desolado, angustiado por demais da conta motivaram a necessidade de mudar a realidade. Uma mente desprovida de palavras torna a carcaça do ser humano apenas carne, osso e líquidos, contudo falta o ideal: conteúdo intelectual. A grande batalha começou quando a universidade apresentou-se numa pequena fresta da porta da decisão.
Poderia ter dito não para a razão, mas este rapaz, atordoado com a não competência criativa para desenvolver um texto com conteúdo, resolveu dizer sim. Um sim em busca da liberdade, por ventura, quando não sabe o básico, a prisão é a única interpretação que se consegue entender.
Prisão! Imagine-se enclausurado num cubículo tão mínimo, tão desalentado frente ao exigido pelo mercado que até faz vergonha, aliás, fazia. Não é mais um motivo de vergonha ter sido, ter vivido, ter sofrido e o sofrimento tem suas extensões, não mais aquelas de antes, só os de agora e os de outrora que não tardarão a chegar, mas estarei preparado para este lamento que só enriquece a experiência do sofredor.
A habilidade deste autor com a escrita muito assemelha-se a um vulcão. Imagine a energia acumulada em uma estrutura que mais parece uma montanha, mas o que apresenta-se neste monumento da natureza é uma avalanche de energia, de força e de explosão a solta retirando qualquer dificuldade do caminho para chegar ao seu destino. Queria ler, inicialmente, apenas um livro, mas a conta já foi perdida, queria apenas escrever alguns textos, se é que isso seria possível, já foi perdido a conta também dos textos escritos. O que era uma dor, agora sobrevive no coração junto com meus amores. Ler, escrever, decifrar a realidade com os argumentos quantitativos passaram a ser prioridades para resolver problemas e congestionar a intenção de ser feliz com essa nova realidade.
O ser humano pode ser feliz de várias formas. Não existe uma receita pronta para a felicidade. Não existe idade para aprender, não existe máxima humildade para entender que sabe pouco. O que existe é a necessidade de transformar humildade em sabedoria e o conhecimento em ação voluntária para o desenvolvimento do próximo e a si mesmo. Transcender, sobreviver, crescer, cair, se machucar, sorrir, iludir-se são fragmentos do viver. Agora, para viver bem, não se deve esperar apenas caminhos de flores, imagine-se no Sertão Central do Ceará às 13 horas, pense no calor escaldante querendo tirar toda gota de água do corpo e o sofrimento é inevitável, mas o ser humano é adaptado para chegar ao seu objetivo, sem a falência da vontade de superar-se, mesmo sem entender dessa forma.
Parabenizo quem teve a coragem de chegar até aqui, não foi fácil para alguns, nunca é fácil contracenar com situações que fogem da realidade, mas a identidade de cada um pode ser reformada quantas vezes necessitar. Vejam bem, não falei reconstruída a identidade, apenas reformar é o que podemos fazer bolinando os pormenores do acaso, do real, do irreal, do quantitativo, do reflexivo e do sensitivo mundo do bem viver. Bom final de sábado para todos.