Degradação humana x avanço humanitário: quem leva vantagem?

Pensando com os meus botões, fico imaginando que tipo de futuro temos pela frente. E quando falo de futuro, faço referência ao destino ao qual estamos sendo condenados, incluindo aí milhares de seres vivos. Segundo a SIPRI (Stockholm International Peace Research Institute – Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo), instituto independente que pesquisa sobre os gastos militares dos países, conflitos e armamentos, constatou-se que EUA é o país que mais gasta (ou investe, pois aí perguntaríamos: investir em mortes?) no setor de armamentos, no setor bélico. Em 2011, figurou em primeiro lugar os EUA (e acredito que não tenha mudado de posição), registrando gastos na casa dos bilhões (711 bilhões para ser exato).

A nação mais rica e poderosa do mundo gasta mais em armamentos do que em educação ou saúde, por exemplo. Aliás, é o setor onde mais se gasta naquele país. E aí, na mídia, e principalmente aqui no Brasil, quando se tem eleições presidenciais nos EUA, parece que a eleição é para designar o dono do mundo, sabe-se mais das eleições do EUA do que das eleições de nossos vizinhos latino-americanos. E neste caso, se os EUA são o parâmetro para os rumos da civilização, dado o fato dos gastos em armamentos, e pretende-se gastar-se mais e mais nisso aí, incluindo tecnologias de guerra para os próximos anos, pergunto: que futuro esperar?

Outro dado, segundo a FAO (2015), são 795 milhões de pessoas que passam fome no mundo. Em 2012, a fome matava mais pessoas do que a AIDS, malária e tuberculose juntas.

Em 2011, em um Congresso sobre Segurança e Saúde no Trabalho, promovido pela OIT, o documento Tendências Mundiais e Desafios da Saúde e Segurança Ocupacionais elaborado para o evento, constatou que as mortes por doenças e acidentes ligadas ao trabalho aumentaram. Em média, 6,3 mil pessoas morreram diariamente por conta de seu trabalho. É o tempo da flexibilização laboral, onde o caminho é liberado para o lucro, e o gasto com o trabalhador deve ser reduzido.

O pior ainda é que se estima em 12 milhões o número de pessoas em condições de trabalho escravo (cerceamento de liberdade ao se desligar do serviço, servidão por dívida, condições degradante de trabalho e jornada exaustiva). Desse número, uma boa parte é composta por crianças. Aliás, estima-se que 8 milhões de crianças morram por ano de doenças facilmente curáveis, antes de completarem cinco anos.

O que falar então da riqueza produzida! Há uma enorme concentração de riqueza e de poder na mão de alguns afortunados. Mais de um bilhão de pessoas vivem com até U$S 1, 25 dólar por dia. 1% da população adulta do mundo detém 40% da riqueza mundial. E se pegarmos os 10% mais ricos a concentração da riqueza aumenta mais ainda.

E o Brasil não destoa muito disso tudo. Quantas pessoas morrem em filas de hospitais públicos? Quantas pessoas são assassinadas por armas de fogo? Por que o índice educacional do Brasil é muito ruim? E por aí vai.

Diante de tudo isso, parece que a degradação humana leva vantagem. Mas até quando iremos permitir essa barbárie? Como iremos reverter tudo isso? Difícil, mas não pode parecer impossível. Tomemos uma posição no mundo contrária a tudo isso, façamos valer o nossa capacidade de indignação diante de todos esses dados apresentados. Nós que nos posicionamos do outro lado de tudo isso, que não estamos de acordo com isso tudo, temos que começar a corrida para um futuro menos desesperançoso. Uma tarefa irrevogável, imprescindível. Vamos em busca de um futuro mais humanitário e digno para todos. Assim redobro minhas perspectivas.

Oswaldo Rolim da Silva Junior
Enviado por Oswaldo Rolim da Silva Junior em 19/10/2012
Reeditado em 06/03/2016
Código do texto: T3941400
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